quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Saint Laurent

As calças mais poderosas da década foram as que acompanharam o famoso smoking criado por Yves Saint Laurent (1936-2008) em 1966. O look simbolizava o novo posto ocupado pela mulher na sociedade, com boa dose de glamour e atitude. A partir daí, o visual passou a fazer parte de todas as coleções do criador e do guarda-roupa das mais chics. A atriz Diane Keaton surpreendeu no red carpet do Oscar em 1976, ao adotar o traje de inspiração masculina em meio às outras estrelas hollywoodianas e seus longos tradicionais. As boca-de-sino, típicas dos hippies, também marcaram o período.

Foi no ano de 1966 que o estilista apresentou sua principal criação. Na década em que Mary Quant inventou as minissaias e que o feminismo estava em alta, Yves Saint Laurent propõe o contrário: o Le Smoking. O terno com curvas femininas chega para revolucionar o guardarroupa e criar as bases para uma moda menos sexista. A possibilidade de usar calças e paletós mexeu com as fashionistas da época, já que a peça emprestava ares poderosos a quem a vestisse. É a partir daí que as mulheres começam a despertar para a importância de competir com os homens por um espaço no mercado de trabalho e direitos iguais.
Sendo assim, é difícil não atribuir muito desta moda boyfriend que é adotada em pleno ano de 2009 a Yves Saint Laurent. Não que Chanel já não tivesse proposto calças às mulheres, mas os modelitos com ares masculinos vieram mesmo da cabeça de Saint Laurent.
Quando a moda dos anos 1960 já se encaminhava pra o Boho dos anos 70, Saint Laurent criou uma peça que tornou-se item de desejo das mulheres da época. A saharienne era uma jaqueta estilo safári que combinava a praticidade necessária ao dia-a-dia com um quê de inovação. O decote profundo e o tom cáqui combinava perfeitamente com o visual das mulheres poderosas da época. Este também foi um dos modelitos mais copiados ao longo das décadas seguintes.
Ao longo de quase cinco décadas de carreira, o estilista criou outros tantos modelos que servem de inspiração e ainda provocam o desejo até os dias de hoje. Saint Laurent possuía em seu DNA uma irreverência classuda que permitia certas ‘pirações’ em suas criações que, ainda assim, eram das mais elegantes. Pierre Bergér, que era sócio e companheiro de Saint Laurent definiu o trabalho do estilista em apenas uma frase célebre:


“Se Chanel libertou as mulheres,
Saint Laurent lhes deu poder com peças masculinas”.

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