segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Gabrielle Coco Chanel



1883/1971
Gabrielle Bonheur Chanel, Mme. Chanel, Chanel: o estilo do século 20, no que teve de mais funcional, feminino sem os exageros que o conceito costuma trazer e no que teve de absolutamente, irremediavelmente elegante, levou sua assinatura.
Coco, maneira como era chamada pelos - poucos - amigos, criou os alicerces de uma elegância feminina única, ao longo de uma vida em que o trabalho sempre ocupou o lugar principal. Órfã de mãe, e abandonada pelo pai aos seis anos de idade em um pensionato da cidade francesa de Auvergne, para onde foi levada de Saumur, sua cidade natal, a ligação d
e Chanel com o mundo da moda começou em 1910, em Deauville, onde passou a trabalhar em uma loja de chapéus.
Em quatro anos, já era dona de duas lojas do gênero, uma na mesma cidade de Deauville, outra em Paris. Além dos chapéus, as primeiras roupas concebidas por ela começavam a aparecer, desde o início revelando aqueles que seriam os traços marcantes em todas as suas criações: a simplicidade e o conforto. Assim, foram surgindo vestidos chemisiers soltos, amplos cardigãs, peças em jérsei - tecido que até então só era utilizado na confecção de roupas íntimas - e twinsets que o tempo se encarregaria de tornar clássicos.
Sem qualquer preconceito, Chanel adotou o suéter masculino u
sado sobre saias lisas e retas e, em 1920, deu um de seus golpes mais ousados, lançando calças masculinas para mulheres, inspiradas nas calças de boca larga usadas por marinheiros.

Suas inovações, de fato, retocaram toda a silhueta feminina. O novo comprimento de suas saias mostrou os tornozelos das mulheres, cujos pés passaram a contar com sapatos confortáveis de bicos arredondados. Pérolas em especial, e bijuterias em geral, ganharam lugar de destaque entre os acessórios, cachecóis enrolaram-se com classe nos pescoços das mulheres e seu corte de cabelo tornou-se simétrico, reto, mostrando a nuca - o eterno corte Chanel.
Também eternos tornaram-se o “pretinho”, vestido reto, simples, num bom tecido de cor preta que, como ensinou Chanel, é a elegância em qualquer situação, e seu Chanel nº 5, até hoje o perfume mais vendido em todo o mundo. E ninguém pode esquecer das práticas bolsas a tiracolo, pura inspiração Chanel, ainda mais nos modelos em telasse]matelassê[/glossario], com correntes douradas.
A mulher que incansavelmente criava estilo e elegância para outras mulheres era, antes de tudo, uma perfeccionista. Falando muito, com uma tesoura nas mãos, era capaz de passar até dez horas seguidas em busca do exato efeito de um modelo - e era capaz de recomeçá-lo tantas vezes quantas fossem necessárias, até atingir o ponto que considerava ideal.
Ela própria a figura da garçonne - mulher magra, de cabelos curtos lembrando os de um menino -, seu sucesso decolou definitivamente ao longo da década de 20. Em 1929, Chanel criava em Paris uma butique especial para a venda de seus acessórios. Um ano depois ia para os Estados Unidos, onde desenhou roupas para diversos filmes da United Artists. De volta à França, dedicou-se basicamente à sua confecção, até 1939.

Com o início da 2ª Guerra Mundial, porém, Chanel decidiu fechar seu salão parisiense, que só seria reaberto em 1954. Ela estava, então, com 71 anos, e o prestígio intocado. Suas criações continuavam a ser uma direção segura para a elegância da melhor qualidade. Dando ênfase à criação de acessórios, visualizando o futuro de sua linha de perfumes e cosméticos, insistindo sempre no corte impecável de suas roupas e em suas cores básicas - o cinza, o azul-marinho e o bege, além do predileto preto - Chanel foi uma figura presente em sua Maison até sua morte, aos 88 anos, e é, até hoje, a inspiração dos que continuam a manter sua marca em plena atividade.

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