quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Arysalva Couto, sapateira de marcas como Osklen e Isabela Capeto, lança linha própria no Rio de Janeiro

Arysalva Couto pode não ser um nome familiar, mas é ela responsável pelos calçados de marcas como Osklen, Salinas, Cavendish, Andrea Marques e Isabela Capeto. Aos 74 anos, depois de dedicar mais de 40 anos à produção terceirizada, a designer lança uma linha própria de sapatos. “Eu nunca apareci. Sempre gostei de trabalhar nos bastidores. Sou um bichinho”, conta Arysalva.

Quem incentivou a mudança foi a estilista carioca Marta Macedo, da Martu, que convidou a designer para criar os sapatos de sua coleção de verão 2011. “No meio do processo, a Martinha me sugeriu que eu criasse mais alguns modelos e colocasse a minha marca”. Arysalva não topou de cara, mas, depois de pensar alguns dias, aceitou – em parte...

Até agora, foram desenvolvidos dez modelos diferentes: baixos, com saltos, de camurça, de couro e com aplicação de cristais Swarovski. Não há ainda previsão para um segundo lançamento.“Vai depender de como as pessoas irão aceitar o produto”, explica Arysalva.

Nascida no Maranhão, ela rodou algumas cidades brasileiras como São Paulo, Brasília e Rio. Na década de 1960, foi passar uma temporada na Europa e, para ocupar o tempo, matriculou-se em um curso técnico de design de calçados, em Milão, onde fez um breve estágio na Prada. Depois seguiu para a Alemanha, onde aprendeu a “domar” o couro. “A paixão por sapatos não vem da infância, aprendi a gostar com o tempo”.

De volta ao Brasil, trabalhou para a estilista Teresa Gureg, nos anos 1970, e ingressou na década de 1990 na Maria Bonita. A designer ficou na empresa até a morte de Maria Cândida Sarmento, em 2002. “Quando me vi desempregada, fiquei preocupada com o que iria fazer. Mas várias marcas me ligaram no dia seguinte”.

Sem papas na língua, a maranhense não gosta de sapateiros como Christian Louboutin e Jimmy Choo. Ela também não aprovou os comentados saltos do verão 2010 de Alexander McQueen, que chegavam a ter 30 cm de altura. “Além de pesados, eram feios”, diz Arysalva, que só anda de tênis.

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