quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Giorgio Armani

Giorgio Armani nasceu em Piacenza, no centro norte da Itália, em uma família de classe média, e teve sua infância e adolescência afetada duramente pela 2ª Guerra Mundial. Viu dois de seus amigos morrerem, sob bombas, e jamais esqueceu as madrugadas em que toda a família corria ao abrigo antiaéreo mais próximo.
Em 1942, ele assistiu a um filme que o tocaria profundamente - Obssessão, do diretor italiano Luchino Visconti. Depois, ele começa a ler os livros de A.J. Cronin, autor famoso no mundo todo nas décadas de 50 e 60. Assim Armani descobriu a medicina, tema sempre presente na ficção de Cronin, e convenceu-se de que havia encontrado a ocupação de sua vida, cheia de altruísmo e de gestos grandiosos, uma verdadeira missão a ser exercida. Já na faculdade, porém, foi percebendo que não era tanto assim - tratava-se de uma profissão como qualquer outra.
Ao parar o curso, para a temporada de praxe no exército, ele passou a questionar sua real vocação, e quando uma amiga comentou que La Rinascente, grande loja italiana de departamentos, estava precisando de alguém para a área de moda, decidiu candidatar-se. Não ganhou o cargo que estava vago, mas causou boa impressão, e foi contratado como assistente de vitrinista. Logo, passava a assistente de comprador de moda e ele, que nada entendia do assunto, começou a se interessar e a ficar atento.
Aos poucos, Armani passou a conhecer o trabalho de grandes estilistas, especialmente os franceses e, principalmente, foi percebendo que havia uma grande distância entre a moda vendida nas lojas e o que os consumidores realmente queriam levar para casa. Ele cuidava, então, de uma coleção chamada Hitman, para homens, e decidiu fazer uma campanha publicitária diferente para vendê-la.
Com Oliviero Toscani, fotógrafo que se tornaria internacionalmente conhecido mais tarde, com suas polêmicas e agressivas campanhas para a marca Benetton, Armani concebeu um anúncio em que só aparecia a cabeça de um homem de cabelos longos - moda da época - que encobriam seu rosto. A campanha, hoje em dia, é considerada um clássico, mas La Rinascente queria mostrar seus produtos, e não um conceito.

Era hora de mudar, e o novo endereço de Armani passou a ser a marca Nino Cerruti. Ficou durante oito anos ali, aprendeu a desenhar moda. E conheceu Sergio Galeotti.

A parceria entre Armani e Galeotti foi fundamental para ambos, tanto em suas vidas pessoais como nos negócios. Foi Galeotti, com seu entusiasmo e confiança total no talento de seu parceiro, que apostou e investiu na construção desse que é hoje um dos maiores conglomerados de moda do mundo. Em 1975, depois de deixar a casa Cerruti e de ter trabalhado como consultor independente de moda, Giorgio Armani tornava-se uma grife.
As primeiras coleções eram apenas masculinas, mas houve um momento em que Galeotti chamou a atenção do estilista para o novo comportamento das mulheres em todo o mundo - elas estão ocupando novos postos de trabalho, há um outro comportamento feminino no ar, e certamente vai ser preciso mais do que vestidos estampados para esses novos tempos. A moda mundial, pelas mãos de Armani, começava a mudar.

Enfim, depois de quatro coleções, Armani teve a certeza que seu estilo estava não só aprovado, mas consagrado. Em 1985, ele chegou a pensar em parar com tudo - nesse ano Galeotti morria, deixando Armani. Compreendeu, porém, que tinha que ir em frente. Foi devagar, tentando entender cada fase do imenso empreendimento que tinha em mãos, tomando decisões com cuidado, aprendendo com seus próprios erros.

Atualmente, o ‘imperador de Milão’ tem negócios pelo mundo todo, inclusive no Brasil.
Seu estilo, que como ele mesmo diz, certamente começou a ser formado ao ver a sobriedade com que sua mãe se vestia, evolui dentro de sua crença inabalável de que conforto e simplicidade podem ser extremamente elegantes.

Do alto de toda fama, Giorgio Armani tem visto dia a dia, grande grifes internacionais passarem para o controle de grandes grupos econômicos. Não ele, garante: não consegue imaginar qualquer detalhe de seu trabalho, da criação à publicidade, sob controle alheio. Um trabalho, que como define, não permite que se durma, que se tire férias, que exige atenção total o tempo todo, que é difícil. Mas que, na mesma medida, é maravilhoso.

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