sábado, 28 de janeiro de 2012

Dieta dos 17 dias : ela promete acabar com o efeito sanfona e enxugar as medidas com saúde



À primeira vista, as restrições alimentares propostas pelo clínico geral americano Mike Moreno, criador do programa dos 17 dias, são as mesmas que você já ouviu uma infinidade de vezes: menos calorias, gorduras, açúcar e sal. Mas, com um olhar mais cuidadoso, é possível descobrir por que a dieta (em livro no Brasil pela Editora Sextante por R$ 24,90) está fazendo tanto sucesso — é a mais popular atualmente nos Estados Unidos, figurando entre os best sellers do jornal The New York Times. Segundo o autor, para emagrecer, não adianta apenas reduzir a quantidade de comida ingerida. Ele afirma que o segredo está no tipo de alimento que você come e na maneira como ele é digerido e metabolizado.

Leia mais: opções de cardápio para a dieta dos 17 dias

Moreno dividiu o processo de emagrecimento em quatro fases, as três primeiras com 17 dias e a última que deve durar para sempre, pois se trata da manutenção (leia o quadro). Em cada uma delas, os itens do cardápio e o tamanho das porções são organizados de maneira a dar uma verdadeira chacoalhada no metabolismo, fazendo com que trabalhe mais rapidamente e com mais eficiência, o que resulta em mais calorias torradas. Estudos já comprovaram que essa estratégia evita também que a perda de peso estacione depois de um tempo, impede o acúmulo de toxinas e facilita a absorção dos nutrientes. Na opinião do médico americano, 68 dias (período que dura a dieta, contando os 17 primeiros dias da quarta fase) é o tempo necessário para se acostumar às mudanças alimentares e conseguir adotá-las de vez. O livro não deixa espaço para desculpas, pois traz cardápios especiais para quem sofre de TPM, viaja muito ou come sempre fora de casa, além de algumas receitas.

Quem segue o programa direitinho pode chegar ao fim do primeiro ciclo (17 dias) com 5 quilos a menos. “Mas, se o seu organismo não estiver acostumado a regimes alimentares, é possível que a perda de peso seja ainda maior”, afirma a nutricionista carioca Virgínia Nascimento, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrição e revisora técnica da versão brasileira do livro. Quem está habituada a dietas que prometem secar vários quilos em uma semana pode achar o período de 17 dias muito longo. “É preciso levar em consideração que esses resultados rápidos são irreais e, muitas vezes, a pessoa fica desidratada ou tem de fazer restrições radicais, como parar completamente de comer carboidrato, o que não é uma boa ideia, tanto para a saúde quanto para a eficácia do processo de emagrecimento”, diz Virgínia. O médico americano afirma que aquelas que toparem seguir seu plano não sentirão fome e ainda passarão por uma reeducação alimentar. Assim, ao contrário do que acontece com os programas que oferecem resultados milagrosos, com a dieta dos 17 dias você não recupera o peso perdido quando chega à manutenção.

Nas duas primeiras fases do regime, quando os carboidratos são mais restritos, a sugestão é praticar exercícios aeróbicos diariamente, mas apenas por 17 minutos. Na terceira fase, em que as massas e os pães voltam a ser permitidos, o indicado é suar a camisa por no mínimo 45 minutos e, na quarta fase, quando a meta já foi atingida, a sessão de malhação deve ser ainda mais longa.

Os especialistas brasileiros acreditam que a dieta dos 17 dias é, sim, uma boa aposta, mas fazem algumas ressalvas. “O lado bom é que o programa incentiva a ingestão de alimentos saudáveis e dá preferência àqueles com baixo índice glicêmico, que demoram mais para se transformar em glicose no sangue, aumentando a sensação de saciedade”, diz a nutróloga Luciana Carneiro, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, a Abeso. “Minha crítica é em relação à falta de carboidratos da primeira fase, pois isso provoca uma baixa na energia, o que dificulta as atividades do dia a dia, especialmente a prática de exercícios, e provoca mau humor.” Na opinião do endocrinologista Fabiano Serfaty, do Rio de Janeiro, a dieta não é tão diferente das outras: “Nos primeiros 17 dias, ela propõe uma restrição considerável de carboidratos, o que é responsável por grande parte do emagrecimento. O interessante é que ela trabalha com metas, e isso é muito bom, pois imaginar um período de restrição alimentar interminável desestimula qualquer um.”

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