domingo, 8 de novembro de 2009

As novas Pin-ups

O estilo sexy retrô conquista mulheres em todo o mundo e se contrapõe à ditadura da magreza.



Puppini sisters: além de fazer composições próprias, o grupo - formado pela italiana Marcela Puppini e pelas britânicas Kate Mullins e Stephanie O’Brien – transforma clássicos da música pop em canções com uma levada anos 1940.


Modelo de comportamento
Dita Von Teese: a artista burlesca é apontada como uma das principais responsáveis pela reinvenção da estética pin-up.
Bettie Page ficaria orgulhosa. Meio século depois de a rainha das pin-ups se casar e sair de cena, a estética que ela ajudou a consolidar está com tudo novamente. Fãs fiéis se esmeram para reproduzir aquele estilo sexy inocente e cantoras como Katy Perry vão buscar referências nas musas dos anos 1950 para compor o look. E não se trata apenas de um resgate visual. Nessa releitura, as pin-ups estão deixando de ser vistas como garotas tolas que posavam de mulher-objeto para ganhar um local de destaque no processo de emancipação feminina. Uma das defensoras da tese do pin-up power é Maria Elena Buszek, professora- assistente de história da arte na Universidade de Kansas City e autora do livro Pin-up Grrrls: Feminism, Sexuality, Popular Culture (Duke University Press). Para a historiadora, essas garotas desinibidas quebraram tabus, subverteram modelos femininos e ajudaram as mulheres a lidar com sua sexualidade. Embora a imagem das pin-ups seja normalmente associada a divas de Hollywood, como Rita Hayworth, Marilyn Monroe e Jane Mansfield, suas origens vêm lá de meados do século 19, nas apresentações de dança burlesca (retomadas nos dias atuais por Dita Von Teese, a grande pin-up do momento). Já a popularização do termo é mais recente: nos anos 1940, fotos e desenhos de mulheres em trajes sumários – para os padrões da época – faziam a alegria do público masculino. Essas imagens eram penduradas (em inglês, pin up, daí o nome) na porta de armários e viajaram na bagagem de muitos combatentes na Segunda Guerra Mundial. São dessa época as ilustrações de lindas e patrióticas beldades feitas pelo artista peruano Alberto Vargas para a revista Esquire, que foram parar na fuselagem de aviões. Agora, os desenhos de pin-ups estão de volta até na moda. Elas dão, por exemplo, um ar cult às abotoaduras da Strellson, uma marca de roupas masculinas criada por Jochen e Uwe Holly, da Hugo Boss. A coleção de verão da Strellson é estampada com criações do artista californiano Mel Ramos, expoente da pop art, conhecido por suas sensuais mulheres desnudas.

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