domingo, 8 de janeiro de 2012

Planeje sua vida e seja mais feliz

Especialistas indicam atitudes que vão ajudá-la a encontrar satisfação no amor, no trabalho e nas relações pessoais
Atualizado em 18/03/2011


Raphaela de Campos Mello

Ao fazer uma lista de mudanças, fica mais fácil eleger prioridades
Foto: Getty Images
Se você está pensando em dar uma guinada na sua vida, comece pela introspecção. "Momentos assim são importantíssimos quando perseguimos a mudança. Nessas horas, conseguimos enxergar com clareza se estamos contentes com o que conquistamos e também definimos como queremos viver e o que é de fato importante para nós", opina a psicoterapeuta Monika von Koss, de São Paulo.


E nada de querer virar o mundo de ponta cabeça. Transformações radicais estão fadadas ao fracasso. É por isso que tanta gente abandona suas resoluções assim que elas se mostram insustentáveis. "Grandes mudanças resultam de uma série de pequenas atitudes cristalizadas ao longo do tempo. Isso torna o processo mais orgânico, fluido", garante a especialista.


Uma dica para dar os primeiros passos é seguir uma lista. "Essa ferramenta nos permite avaliar nosso grau de merecimento e também nossas prioridades. Eis uma boa pergunta a fazer: será que estou me esforçando tanto para comprar o que não preciso e gastando até o que não tenho simplesmente para impressionar quem não conheço?", explica psicólogo junguiano Waldemar Magaldi Filho, de São Paulo, autor de Dinheiro, Saúde e Sagrado (ed. Eleva Cultural).


A seguir, aproveite as dicas dos especialistas para resolver antigas pendências ou simplesmente injetar mais energia nos setores da vida que andam "abatidos".


Amor - Se você está sozinha, mas anseia por formar um par, comece a admitir para si mesma o quanto um relacionamento poderá enriquecer sua vida. "É comum o ser humano desdenhar o que não possui ou considera difícil de ser alcançado como estratégia de defesa", afirma o psicólogo clínico Ailton Amélio da Silva, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), autor de Relacionamento Amoroso (ed. Publifolha) entre outros títulos.


Se você já tem um parceiro e estão enfrentando problemas, não há motivo para pânico. "Todos os casais enfrentam altos e baixos. E, muitas vezes, passada a fase ruim, retomam a união com mais força", assegura Ailton. Segundo ele, para nos aproximarmos de quem amamos, devemos esboçar, com frequência, gestos construtivos: conversar, apoiar o outro, ser compreensivo, compartilhar objetivos, investir na sintonia sexual.


Também é válido reconsiderar o que se espera de um compromisso. "Precisamos nos apossar de nossas questões para só então estarmos com o outro sem transformá-lo em nosso pilar de sustentação", enfatiza Margarete Volpi, psicoterapeuta familiar e de casal, de São Paulo. "Resgatar os aspectos positivos da relação em vez de focalizar as divergências costuma ser restaurador", endossa Margarete. Segundo ela, o diálogo precisa de constante uso, senão a comunicação fica prejudicada. Acolher a opinião do outro, mesmo que seja diferente da sua, é outro exercício que deve entrar na agenda do par. "Você não tem de concordar, mas pode aceitar a posição do parceiro. Essa postura evita muitos desgastes", aponta a psicoterapeuta.


Além de manter a escuta disponível, observe se vocês continuam marcando o mesmo passo ou se a coreografia está desencontrada. Pode ser que os dois só precisem ajustar o ritmo. "As pessoas mudam, os sonhos mudam, assim como as necessidades e as circunstâncias. Portanto, o casal precisa, de tempos em tempos, readaptar-se ao cenário", aconselha Margarete.


Agora, se você está reunindo coragem para sair de uma relação que há tempos perdeu o sentido, não hesite em pesar os prós e os contras dessa decisão. Portanto, não se precipite, tampouco se acomode. "Permanecer num relacionamento ruim é pior, pois empata a vida das duas partes, muitas vezes tornando o clima em casa prejudicial para os filhos", avalia Ailton.


Trabalho - "Não é difícil mudar os rumos da vida profissional. Difícil e desaconselhável é permanecer numa posição que nos oprime de alguma maneira. Quem não está satisfeito vai à luta", desafia Ana Fraiman, psicóloga, consultora de carreiras e autora do livro O Chefe dos Meus Sonhos (ed. Alexa Editorial).


"A pessoa frustrada se sente improdutiva, o que abala sua autoestima", observa João Marcos Varella, consultor da DBM Brasil e autor de O Desafio de Empreender (ed. Campus). O incômodo pode ter muitas origens e essas questões podem ser resolvidas em boa medida por meio do diálogo com o chefe. Faça o que estiver ao seu alcance, só não sinta pena de si mesma. "Colocar-se na posição de vítima atrapalha tudo", alerta João Marcos. Hoje, concordam os especialistas, cada um deve se responsabilizar pelo próprio aprimoramento. Desde escolher um novo trabalho, cursar uma especialização, ativar o network com antigos colegas, amigos e parentes, até manter uma poupança para tempos difíceis.




Relações pessoais - "Para que possamos melhorar qualquer tipo de relacionamento, temos de melhorar antes a maneira de nos relacionarmos com nós mesmas: respeitar-se, perdoar-se, honrar os próprios valores, seguir a intuição", afirma a psicoterapeuta Patricia Gebrim, de São Paulo, autora do livro Enquanto Escorre o Tempo – Pensamentos, Histórias e Metáforas sobre a Vida (ed. Pensamento).


O próximo passo é selecionar quem queremos manter perto de nós. "Quando nos conhecemos bem, conseguimos eleger os que merecem pertencer ao nosso círculo mais íntimo. Muitas vezes, relações baseadas no interesse drenam nossa energia", diz ela. Se você está querendo fazer uma faxina na lista de supostos amigos, privilegie o contato com pessoas do bem, ou seja, "que tratem você com consideração e respeito e, sobretudo, que a respeitem do jeito que você é", aconselha a especialista.


É comum ainda o desentendimento nascer da nossa incapacidade de aceitar o modo de amar alheio. "Às vezes, o jeito de a pessoa se comportar ou se expressar é diferente do que avaliamos como sendo o certo. Daí nos frustramos e nos distanciamos", explica a terapeuta familiar Roberta Palermo, de São Paulo. Poderíamos, ao contrário, entender as motivações do outro, mesmo sem aprová-las.

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